Curadora do legado de Goeldi retorna à Amazônia para a COP30


A curadora e bisneta de Emílio Goeldi, Lani Goeldi, assina a exposição que inaugura uma nova fase no Museu do Estado do Pará (MEP), propondo pontes inéditas entre arte, natureza e consciência ambiental. Unindo legado histórico e inovação contemporânea, a mostra resgata a trajetória científica de seu bisavô, pioneiro nos estudos da fauna e flora amazônicas, para inspirar novas formas de pensar a relação entre o ser humano e o meio ambiente.
Sob sua curadoria, o espaço expositivo se transforma em uma travessia sensorial e simbólica, em que obras de arte, imagens históricas, tecnologias imersivas e elementos naturais convidam o público a refletir sobre sustentabilidade, pertencimento e ancestralidade. O projeto marca uma nova geração de propostas curatoriais que conciliam o olhar científico com a sensibilidade poética da arte, reafirmando a Amazônia como território de conhecimento, espiritualidade e resistência cultural.
Com mais de três décadas dedicadas à arte, à sustentabilidade e à valorização da memória cultural brasileira, Lani Goeldi retorna à Amazônia para dar continuidade a um legado que une Brasil e Suíça em torno da preservação da floresta e do conhecimento científico. À frente da curadoria interinstitucional da exposição “O Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia – Arte, Ciência e Sustentabilidade”, ela conduz uma realização conjunta da Embaixada da Suíça no Brasil e do Museu Paraense Emílio Goeldi, com abertura marcada para 20 de novembro, no MEP.
A mostra propõe um diálogo poético e contemporâneo entre arte, ciência e consciência ambiental, reunindo acervos, obras inéditas e experiências em realidade aumentada que revelam a floresta amazônica sob novas perspectivas. Inspirada na trajetória do naturalista Emílio Goeldi, que há mais de um século dedicou sua vida à catalogação da biodiversidade amazônica, e do artista Oswaldo Goeldi, filho do cientista e mestre do expressionismo brasileiro, a exposição reafirma o poder transformador da cultura como instrumento de educação, memória e sustentabilidade.
Para Lani Goeldi, a curadoria é mais que um trabalho, é uma devolutiva afetiva e histórica: um reencontro de sua linhagem com a terra que acolheu sua família e inspirou a missão de seu bisavô.
A exposição integra o programa internacional “Road to Belém”, que articula ações da rede suíça no Brasil em preparação à COP30, fortalecendo o diálogo entre cultura, diplomacia e sustentabilidade. Durante sua estadia em Belém, Lani também participa do projeto Natal Amazônico, uma iniciativa inédita do Parque Shopping Belém em parceria com a Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, que transforma o espírito natalino em uma celebração sensorial e educativa da floresta.
Inspirado na obra “Álbum das Aves Amazônicas”, de Emílio Goeldi, e nas ilustrações de Ernst Lohse, o projeto convida o público a vivenciar a magia das aves amazônicas por meio da arte, da luz e da tecnologia, uma experiência que une encantamento e consciência ecológica.
O retorno de Lani Goeldi à Amazônia é, assim, um gesto histórico e simbólico, o reencontro de uma linhagem comprometida com a preservação da vida com o território que inspirou sua missão. Em meio às discussões globais sobre meio ambiente e inclusão, a curadora reafirma o papel da arte como ponte entre passado e futuro, transformando memória em ação e herança em esperança.





