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Setor de telecomunicações acelera com o IPv6

A participação do IPv6 no tráfego global está crescendo lentamente, mas de forma continua.De acordo com o registro regional da internet APNIC, em novembro de 2024 quase 39% do tráfego mundial já era transmitido por IPv6, e em maio de 2025 o índice chegou a 48% entre os usuários de produtos Google. Esse avanço indica que o novo protocolo está deixando de ser uma tecnologia secundária para se tornar padrão nas redes modernas.

“O crescimento é impulsionado por programas de certificação, investimentos em infraestrutura e políticas públicas de transformação digital em diversos países”, explica Alexander Bakker, diretor de tecnologia da VasExperts. Especialistas estimam que, ainda em 2025, o IPv6 representará metade do tráfego global de internet — marco que deve consolidar sua adoção definitiva como base para redes 5G, IoT e serviços de próxima geração.

De forma geral, especialistas avaliam positivamente as perspectivas do IPv6. Nick Buraglio, membro do grupo de trabalho sobre o novo protocolo no IETF e responsável pela iniciativa IPv6-only no Departamento de Energia dos EUA, acredita que em 2025 a participação do IPv6 no tráfego global finalmente atingirá a marca de 50%. No podcast IPv6 Buzz, ele comentou: “Estou convencido de que, assim que isso acontecer, os profissionais de TI deixarão de tratá-lo como um protocolo secundário e começarão a implementá-lo ativamente”.

Um possível motor de crescimento é o programa de certificação IPv6 Ready, desenvolvido pelo IPv6 Forum. “A iniciativa visa verificar a conformidade de equipamentos e softwares com os padrões IPv6 — ou seja, garantir a compatibilidade de dispositivos e aplicativos com o protocolo da nova geração”, conta Alexander. A certificação já foi reconhecida em 35 países, incluindo EUA, Japão e Coreia do Sul, abrangendo mais de 30 categorias de produtos — de roteadores e switches até sistemas de cibersegurança e robótica.

“Segundo relatório publicado em conjunto com colegas chineses, até o final de 2024 já haviam sido certificados mais de 8100 dispositivos em todo o mundo, dos quais 2971 na China, 1100 nos EUA e 470 no Japão. O número de novas certificações cresceu 124% em comparação com o período anterior, sendo este o maior índice da história do programa”, continua Alex.

Por outro lado, alguns participantes da indústria pedem cautela. Wesley Correa, especialista em telecomunicações da Universidade Estácio de Sá no Brasil, afirmou na conferência LACNIC 42, no fim do ano passado, que não se deve esperar um crescimento “explosivo”, já que a adoção do IPv6 exigirá investimentos em equipamentos e treinamento de pessoal. Muitos participantes concordaram com ele. “Se as tendências atuais persistirem, a transição total para IPv6 ainda levará tempo. Hoje, a participação do tráfego IPv6 cresce cerca de 3% ao ano”, explica Alex.

Líderes e seguidores

A Índia mantém a liderança na adoção do IPv6. Segundo estatísticas do APNIC Labs, em abril de 2025, o protocolo já representava 78% do tráfego do país, o que equivale a aproximadamente 600 milhões de usuários. Mas, segundo o diretor-geral do APNIC, Jia Rong Lou, os investimentos governamentais em infraestrutura de rede também tiveram grande influência. Recentemente, de acordo com The Register, oito países superaram a marca de 50% de uso do IPv6: Brasil, Japão, México, Hungria, Guatemala, Sri Lanka, Porto Rico e Tuvalu.

“O caso de Tuvalu é notável: o crescimento coincidiu com a chegada da internet via satélite Starlink. Em junho de 2024, o sistema de monitoramento ISOC Pulse não registrava conexões IPv6 no país, mas hoje 59% das conexões já utilizam o protocolo”, comenta Alex.

Iniciativas asiáticas

De forma geral, os países do Sudeste Asiático estão traçando planos ambiciosos para a transição ao IPv6. De acordo com The Register, o Vietnã pretende concluir a migração até 2030. Atualmente, cerca de 54 milhões de dispositivos no país já utilizam o protocolo, segundo o APNIC. O governo está expandindo a infraestrutura gigabit, instalando novas redes de fibra óptica, investindo em data centers e planejando a instalação de seis novos cabos submarinos (350 Tbps).

Na China, em meados de 2025, cerca de 45% das redes já apresentam capacidade para IPv6, segundo dados do APNIC. O número de usuários também segue em forte crescimento: em maio de 2024 já eram aproximadamente 794 milhões de usuários ativos em IPv6, e a expectativa é que esse total ultrapasse 800 milhões até 2025.

Na Malásia, a Comissão de Comunicações e Multimídia (MCMC) anunciou que a migração ocorrerá entre 2025 e 2028. A discussão sobre o plano começou em outubro de 2024, quando a MCMC convidou especialistas e empresas a apresentarem propostas.

O setor privado também desempenha papel importante. No Japão, o grupo SoftBank está testando a tecnologia SRv6 MUP para transmissão de tráfego em redes 5G, baseada em IPv6. “Em um teste realizado na autoestrada Shin-Tomei, a empresa transmitiu vídeos de câmeras de carros para servidores com baixa latência, reduzindo o atraso em mais de 10 ms e garantindo estabilidade na troca de estações base”, explica Alexander. 

Projetos na África

“A África ainda apresenta baixo índice de adoção — apenas 4% em 2025. Porém, alguns países estão avançando. Na Somália, em fevereiro deste ano, foi inaugurado em Mogadíscio o primeiro Centro Nacional de IPv6 da África, apoiado pela Autoridade Nacional de Comunicações (NCA) e pela universidade privada Jamhuriya (JUST). O centro atua em pesquisa, capacitação e implantação do protocolo, especialmente para 5G e IoT”, comenta Alexander.

Já o Egito planeja que 80% do tráfego seja IPv6 até 2030, e, no caso de sites e redes governamentais, esse índice deverá ser de 100%. 

“Representantes do Comitê de Telecom e TI afirmam que, para alcançar a meta, é necessário estreitar a cooperação entre governo e setor privado, além de investir na formação de novos profissionais”, concluiu Alexander. 

A VasExperts é uma desenvolvedora de software focada em soluções para operadoras de telecomunicações e provedores de serviços de internet (ISPs), oferecendo tecnologías como CG-NAT, DPI, QoS/QoE e ferramentas de billing que facilitam a adoção de IPv6 e a modernização de redes. No Brasil está representada pela ITGLOBAL.COM, atendendo os provedores que buscam se preparar para os desafios da nova geração da internet.

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