Eles criaram um movimento de profissionais do ramo em Mato Grosso do Sul e buscam amparo na legislação para lidar com prejuízos
Profissionais do segmento de eventos em Mato Grosso do Sul se uniram para enfrentar a crise financeira causada pela pandemia do coronavírus. Na última quarta-feira (8), eles enviaram uma carta para a Assembleia Legislativa, Câmara Municipal de Campo Grande e de Dourados com sugestões sobre a criação de uma legislação que os ampare e criação de linhas de créditos para reduzir os impactos financeiros resultantes do vírus.
Na carta, o recém criado Movimento Organizado dos Profissionais de Eventos de Mato Grosso do Sul (Mope) informa, com base em dados da Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos Sociais), que o segmento movimenta R$ 1,3 bilhão por ano no Estado gerando cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.
Eles explicam que toda a cadeia de eventos que inclui desde a responsável pela confecção de forminhas para doces, passando por cerimonialistas, fotógrafos e músicos até os empresários tem sido afetada com cancelamento de contratos e adiamento de eventos.
Na carta, os integrantes do Mope elogiam as decisões tomadas pelo poder público para evitar a propagação do coronavírus, mas lamentam a falta de assistência.
A empresária explicou que a ideia da associação é buscar benefícios para o segmento que não pode ser tratado como “supérfluo” porque representa mais de 4% no PIB (Produto Interno Bruto) nacional. “Estamos nos organizando de forma madura para que a lei nos ampare, nos dê respaldo”, declara citando também os trabalhadores informais que fazem parte da cadeia de eventos. “Estamos vivendo o hoje porque realmente não tem amanhã”.
O também integrante do Mope, José Gilberto Petinari trabalha há 33 anos no setor de eventos e, assim como Elaine, não havia vivenciado uma crise dessa proporção. “Foi um baque muito grande no setor”, disse.
Segundo Gilberto, a ideia do movimento é pensar também em medidas futuras quando ocorrer a reabertura deste mercado. “ A gente luta por um todo. É o institucional acima de tudo e o nosso objetivo é que tudo volte a funcionar no menor prazo possível”.
Os pedidos – O movimento pede regulamentação sobre a datas, cancelamentos e reembolsos. A ideia é que o reajuste de contrato esteja previsto após seis meses da assinatura e possível reembolso também só ocorra após esse período e de forma parcelada.
Outra solicitação é a possibilidade de parcelamento de contas de água, luz, IPTU, IPVA e outros impostos em até 12 vezes sem entrada e sem juros, entre os meses de abril e agosto deste ano.
Eles pedem também a possibilidade de negociação imobiliária com prazo de carência e permissão de parcelamentos entre abril e agosto. A criação de linhas de crédito especiais, com juros baixos e carência de mínima de até 6 meses também faz parte dos pedidos.
O assessor e consultor para projetos de casamento, o jornalista Sérgio Carvalho, também é conselheiro do movimento e faz parte da comissão de comunicação do Mope. Ele comenta sobre a intenção de “chamar o sistema S para nos ajudar a pensar no futuro”, diz. “Nosso segmento foi o primeiro a parar e provavelmente vai ser o último a voltar. O poder público também precisa ajudar a gente a pensar sobre isso”, finaliza.
Fonte: Campo Grande News